quarta-feira, 7 de novembro de 2012

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O peso da minha matéria decomposta
Sopra da boca estranha a minha solidão
Um dia, dois olhos, três versos
Quatro palavras, cinco dedos, seis sóis
Sete bocas, oito vinhos, nove amores
Suspendo o dez em mais um dia e em nada
Meu peito levitou a saudade
Em fotos que reproduzem um vazio amarelado
Que entorpecem vidas sãs
Membros e números amputados
Das pessoas enterradas em câmera lenta
Na imagem borrada de mofo
E ninguém reconhece o que teria sido
O que viveu já não passaria de lembrança...
Lembranças são sonhos adormecidos
Entorpecidos?
No intervalo entre o tempo e a vida
Eu sou poesia

(Teresa Coelho)
08/11/2012

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