O tempo derreteu as casas da minha infância, meus abrigos
secretos e caminhos sem fim. Abri uma cortina empoeirada e, lá restou
enferrujada a roda de alguma bicicleta que deixei para trás, por não saber mais
equilibrar-me na liberdade. Hoje, penso que seria o tempo o culpado de levar
tudo isso para longe de mim, mas dentro de mim o tempo nunca existiu. – Há
bicicleta branca, casas secretas e meu caminho sem fim, como uma música que se
repete.
(Teresa Coelho)
31/10/2012