domingo, 11 de abril de 2010

Farsa

Sou composta internamente por feridas expostas aos meus tormentos
Elas têm o cheiro de cada lembrança que se perdeu na minha memória
Mutilam meu corpo e a minha vontade de não saber o porquê do gosto do gozo
Que sai de um jato através dos meus olhos e das minhas proezas espirituais
Eu nunca realizei um estado existencial de amar involuntariamente
O meu involuntário é não saber quando se ama
Eu me tornei filha de uma vida inconstante
Por isso as feridas que têm cor de metamorfose
Mudam de dor...
Sou conseqüência impura e sutil do objeto atravessado entre mim e o meu mundo secreto
Virei a minha cicatriz interna e a minha dor externa.

(Teresa Coelho)
11/04/2010

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