sábado, 24 de abril de 2010

Aborto

Um corpo nebuloso
Que escapa
Das mãos.
Sou pecado
Em forma
De amor.
Eu te juro
Infelicidade
Mútua.
Nem sempre
Respiro
Você.
Inalar já
É
O bastante.
Minha morte é
Leve e
Promíscua.
Acontece raramente
Tanto quanto
A vida.
Escapei-escaldada-escalando-e-excretada.
Sou excreta
Abortiva de todo
Ventre.
Por ventura
Me faço vento
E passo.
Passei-passado-passou.
Acabou
Os olhos
Cerraram.

(Teresa Coelho)
25/04/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário