Tiro o lençol sujo e deixo a cama nua
À espera dela, que nunca se demora
Para deitar-se em silêncio no colchão crespo
No entanto, eu sinto o tempo
Sumir como um suspiro embaixo d’água
Mesmo com ela por perto
Arrumo a casa, preparo café
E penduro uma toalha limpa
Se a casa desmoronar qualquer noite dessas
O perfume que esconde a dor das flores
Finalmente terá seu descanso
Longe dos livros e da poesia desmontada
- Ainda não chegou?
Ah, solidão, a sensação é de que você
Sempre está perto de chegar
Mas é sempre quase...
Melhor voltar ao lençol sujo
É ilusão esse silêncio ir embora
Basta...
(Teresa Coelho)
09/01/2013
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