quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Última tarde de julho


Enquanto discorro meu corpo na incerteza desses afagos, o verde dos teus olhos bebe cada copo da minha angústia, como se a sede fosse um pretexto para me afogar nos teus goles. A última tarde que encontrei o sol, tua pele tremia dentro de mim, teu cabelo gemia nas minhas mãos suadas, vi o teu rosto se desfazer para pintar de verde o chão onde dormia nossa valsa muda. Dois desconhecidos se encontram na mesma esquina que separa o destino do amor. O sol ficou verde depois dos teus olhos, e o meu chão, completamente embriagado.

(Teresa Coelho)
02/08/2012

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