Naquele quarto frio, teus lábios se fizeram de quina para
uma esquina cega. Explodi na tua boca, enquanto o tempo levava minha voz para
longe da tua casa de vento. Cerro a lembrança de tuas costas como um movimento
contínuo de olhos vedados à procura da luz branca, que une todos os músculos à
alma. Estado líquido de espírito, estado ausente - estar ausente. Sobras de um
coração sorrateiro e restos de luz, que o final da tarde interrompe para
projetar a ilusão do pôr do sol e dos beijos em farrapos. A Maria do quarto
frio tem a desordem de sua vida como uma porta que nunca precisou ser fechada, pois era livre por dentro.
(Teresa Coelho)
22/07/2012
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