quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Bueiro do meu corpo

As luzes dessa água
Que se afogam nas pontes
Das fontes imundas que
Invadem as calçadas
Onde o teatro ao ar livre
É só suspiro de loucos
E olhos de náilon
Sugam minhas pálpebras
Até derreterem no sol de cera

Enquanto do outro lado
Do meu coração desabrigado
Sonhos e abraços efêmeros
São pinturas silenciosas
À margem da minha
Esquizofrenia
Ontem eu fiz o mesmo caminho
E a minha casa parece
Ter ficado submersa
Em alguma estação
De ônibus

Teresa Coelho

12/09/2013

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