sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Etil-fenil-amina

Vejo o tempo encobrir teu rosto; quantos amores tu tiveste antes de desembargar em meu corpo o teu destino já grisalho? Não é o fardo que aniquila meu cansaço, é a contração dos meus seios nesse encontro breve, e eterno, sobre tuas costas. Definha na luz tua acidez branca, não obstante, colo minha língua no sal das tuas pernas. Sou tua, e não só tua como também de uma parte que se esvai do teu sorriso quando não existo a ti. Tua como a parte toda que te quer para refazer o sol esquecido na memória ferida de nossos azuis passados. Só tua, e não mais que tua.

Teresa Coelho
07/10/2011

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